Introdução à Anatomia Dental Parte #3 - Estruturas dos Dentes - Cúspides, Sulcos, Cíngulo, Forâme Cego

Introdução à Anatomia Dental Parte 3

Olá, tudo bom com você?

Neste artigo estou trazendo a terceira parte da nossa aula de Introdução à Anatomia Dental, onde nós iremos conversar sobre as estruturas presentes nos dentes. Conhecer este assunto é essencial para se saber quando existe alguma alteração anatômica no dente e também para que o dentista saiba como restaurar um dente da maneira mais fiel possível.

Além disso, o estudo dessa aula irá te ajudar bastante na sua preparação para a prova prática de anatomia dental, visto que algumas estruturas são bastante características de alguns dentes.

Por exemplo, nós podemos ter cíngulo nos incisivos e nos caninos; Podemos ter dentes com um número bem característico de cúspides, como por exemplo, os primeiros molares inferiores que possuem cinco cúspides; E podemos ter dentes com uma estrutura bem marcante, como o primeiro molar superior que apresenta o Tubérculo de Carabelli.

Para iniciar, nós vamos ver quais são os principais detalhes anatômicos presentes nos dentes e depois iremos conversar sobre cada um deles.

Detalhes Anatômicos:

Note neste dente a riqueza de detalhes e grande número de estruturas presentes na face oclusal

Como relatado anteriormente, os detalhes anatômicos vão ser fatores determinantes para se saber quais dentes se tem em mãos, sendo bastante considerável o número de estruturas que podemos encontrar:

·         Cíngulo
·         Cúspide
·         Crista Marginal
·         Ponte de Esmalte
·         Tubérculo
·         Bossa
·         Sulco Principal
·         Sulco secundário
·         Fosseta/Fóssula
·         Fossa

Cíngulo:

Representação do cíngulo na face lingual/palatal

É uma saliência/elevação arredondada que fica no terço cervical da face lingual/palatal de incisivos e caninos.
Nas imagens acima, é possível ver como o cíngulo se apresenta.

Cúspide:

Representação das cúspides. Note circulado em vermelho o formato de pirâmide

Saliência em forma de pirâmide quadrangular, típica de pré-molares e molares

Inicialmente é um pouco complicado analisar as cúspides como pirâmides, no entanto, acima nós temos uma imagem onde a cúspide foi desenhada exatamente como uma pirâmide para facilitar esta visualização.

Além disso, as letras A, B, C, D, E e as setas vermelhas apontam para as cúspides do primeiro molar inferior, o único dente da arcada que naturalmente apresenta 5 cúspides. Isto vai ser tema mais para frente nas aulas de anatomia individual, mas é algo que é legal destacar aqui também: Na imagem mais para a esquerda, as letras A, C e E marcam a face vestibular, enquanto as letras B e D marcam a face lingual.

Diante disto, a análise das cúspides é algo que facilita bastante o entendimento de como funciona a anatomia dos dentes que as possuem.

Cristas Marginais:


Vão ser elevações lineares nas bordas mesial e distal da face lingual dos incisivos anteriores e da oclusal dos dentes posteriores. Nos anteriores, as cristas vão do cíngulo até os ângulos incisais e nos posteriores elas vão das cúspides vestibulares até as cúspides linguais.

Representação das cristas marginais
Nas imagens acima, é possível observar o caminho que as cristas marginais (marcadas pelas setas vermelhas) percorrem nos dentes anteriores e nos posteriores. Note como nos anteriores as cristas vão ficando mais delgadas ao se aproximarem da porção incisal, sendo mais volumosas quando estão mais próximas do cíngulo. 

Ponte de Esmalte:


Elevação linear que une cúspides, interrompendo um sulco principal

Vale destacar que a ponte de esmalte é uma estrutura que proporciona resistência ao dente e deve ser preservada pelo dentista sempre que possível caso seja necessária a remoção de cárie ou algum tipo de preparo no dente.

Representação da ponte de esmalte

Nas imagens, temos a representação da face oclusal do primeiro molar superior, dente onde a ponte de esmalte é bastante característica. Note como ela realmente interrompe o sulco que passa horizontalmente pela porção central do dente.

Tubérculo:


Elevação menor que uma cúspide, mas sem forma definida.
Representação do Tubérculo de Carabelli na cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior

Nas imagens acima, temos a representação do Tubérculo de Carabelli, que está presente na cúspide mésio-palatal dos molares superiores, assim a análise do posicionamento do Tubérculo de Carabelli já nos permite dizer qual que é o primeiro molar superior que temos em mãos, se é o dente 16 ou 26.

Vale destacar que o Tubérculo de Carabelli pode ter várias formas e tamanhos, chamando bastante atenção em alguns dentes e passando quase desapercebido em outros.


Bossa:


Elevação arredondada que fica no terço cervical da face vestibular de todos os dentes e entre os terços cervical e médio da lingual de pré-molares e molares. Vale lembrar que a bossa irá estar presente tanto nos dentes permanentes quanto nos decíduos.
Representação da bossa
Nas imagens acima, você pode ver a presença da bossa em vermelho.

Sulco Principal:

Depressão linear, estreita, que separa as cúspides umas das outras
Representações do sulco principal, note como ele separa as cúspides

Acima  você pode ver imagens dos sulcos principais secundários (mais uma vez os primeiros molares inferiores foram utilizados para exemplificação, note a presença de 5 cúspides). Note como estes sulcos (apontados em vermelho na foto da esquerda e desenhados na da direita) separam as cúspides do dente.

E, na foto abaixo, nós temos o sulco principal de um pré molar. Note como ele tem uma distribuição muito menos complexa, separando apenas as cúspides vestibular e lingual.


Sulco principal de um pré-molar, separando as cúspides vestibular e lingual

Sulco Secundário:


Se distribui de forma mais irregular e em número variável nas oclusais, principalmente sobre as cúspides e na delimitação das cristas marginais.

Sulco secundário, apontado com a seta vermelha, localizado sobre uma cúspide
Foi um pouco difícil encontrar uma boa imagem de um sulco secundário, mas no desenho acima, temos os sulcos principais representados pelos números 1, 2 e 3 e um sulco secundário (que está sobre a cúspide) apontado com a seta vermelha.

Fossetas:


Depressões encontradas no término dos sulcos, podendo ser principais (encontradas no final de um sulco principal ou no cruzamento de dois sulcos principais) ou secundárias (que vão ser aquelas fossetas encontradas no encontro de um sulco principal com um ou dois sulcos secundários).

Representação de fossetas principais
Nas imagens acima temos as fossetas marcadas com círculos, onde se percebe que realmente estás estruturas estarão presentes no encontro entre sulcos.

Fossa:

Escavação ampla e pouco profunda presenta na face lingual/palatal de dentes anteriores

Forâme Cego:

Depressão profunda, semelhante a uma fosseta, presente principalmente no terço cervical da face palatina dos anteriores. 

Representações do cíngulo, fossa lingual e forâme cego
Tanto a fossa, quanto o forâme cego podem ser visualizadas na representação acima. Note que a fossa fica entre as cristas marginais, logo acima do cíngulo, enquanto o forâme cego é bastante parecido com uma fosseta na palatina dos anteriores. Vale destacar que o forâme cego nem sempre está presente, sendo mais comum nos incisivos laterais superiores.

Introdução à Anatomia Dental #3 - Aula em Vídeo:


Vale lembrar que este artigo todo está disponível também em vídeo, que pode ser acessado logo abaixo:

Anatomia Dental Resumida - Material Complementar:


E, por último, lembre-se de fazer o download das tabelas com toda a anatomia dental resumida, para você imprimir e detonar na sua prova prática de anatomia dental!

São mais de 50 tabelas com detalhes da anatomia individual de cada um dos dentes e, abaixo, você pode ver um exemplo da tabela com a anatomia resumida do incisivo central superior.
Tabela resumida anatomia do incisivo central superior
Para fazer o download de todo este material e facilitar a sua vida, é só clicar no botão abaixo:
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Abraços,
André Martins - Arriba Dentista