Anestesia Local em Gestantes na Odontologia: Descubra Quais Anestésicos o Dentista Pode Utilizar em Mulheres Grávidas

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Com a popularização da internet, vários mitos foram criados em torno da saúde de mulheres grávidas, entre eles, o de que a gestante não pode tirar radiografias e de que não deve ir no dentista, sob a possibilidade de colocar o desenvolvimento do seu filho em risco.

Diante disto, vários estudos foram desenvolvidos sobre o tema e hoje temos um consenso sobre o tratamento odontológico em gestantes: Ele deve ser feito, mas alguns cuidados devem ser tomados.

Em Qual Trimestre de Gravidez a Gestante Está?

A gravidez é dividida em três trimestres

Por exemplo, é bastante importante para o dentista conhecer o período de gravidez em que a mulher está.

Logo no primeiro trimestre de gravidez, temos o momento mais crítico, onde o feto passa por diversas mudanças, sendo nesta fase em que ocorre a organogênese. Além disso, é neste fase em que a maioria das pacientes podem apresentar indisposição, enjôos matutinos e náuseas à menor provocação.

Assim, apesar de não existir comprovação científica de que anestésicos locais podem ocasionar em alguma alteração de desenvolvimento,pelo primeiro trimestre ser o período onde o feto é mais susceptível a influência teratogênica, alguns procedimentos odontológicos que envolvem o uso de anestésicos e medicamentos, devem ser postergados sempre que possível, contudo, caso o dentista receba a paciente em situação de urgência, com uma dor de dente, por exemplo, o tratamento deve ser feito normalmente, se atentando apenas para não ultrapassar a dosagem máxima do anestésico local.

Por sua vez, o segundo trimestre é a época mais indicada para o tratamento odontológico, visto que neste período a organogênese já está completa e o feto já desenvolvido, representando uma fase de mais estabilidade.

Além de o segundo trimestre ser um período mais estável que o primeiro, ele também é uma fase onde a gestante consegue se manter confortável durante o atendimento, ao contrário do terceiro trimestre, onde tratamentos mais longos devem ser evitados, devido a frequência urinária aumentada, maiores chances de hipotensão postural, inchaço nas pernas e desconforto na posição supina, devido a compressão causada pelo feto.

Contudo, vale destacar que, assim como no primeiro trimestre, tratamentos de urgência também podem ser realizados no terceiro trimestre, proporcionando conforto a gestante.

Anestésicos Locais Indicados e Contra-Indicados no Tratamento Odontológico de Gestantes

Conhecer quais anestésicos locais podem ser usados em gestantes é essencial para qualquer dentista

Bom, agora que conversamos sobre os períodos mais próprios para a gestante receber o atendimento odontológico, nós chegamos no ponto principal deste artigo, que é: Quais anestésicos locais podem ser utilizados em mulheres grávidas.

Muitos dentistas apresentam dúvidas quanto a isso e não se sentem seguros ao anestesiar uma paciente que está esperando um bebê. Contudo, apesar de algumas substâncias não serem indicadas, não há razão para insegurança.

Para que o artigo fique mais organizado, iremos primeiro conversar sobre as substâncias menos indicadas para uso em gestantes e, por último, conversaremos sobre a Lidocaína 2%, o anestésico mais recomendado para ser usado em mulheres grávidas.

Prilocaína: Além de estar comumente associada a Felipressina, a Prilocaína pode causar metahemoglobinemia, que é uma alteração hematológica no qual a hemoglobina é oxidada a metemoglobina, tornando a molécula incapaz de transportar oxigênio, desenvolvendo um quadro semelhante com a cianose.

Mepivacaína: Não é uma substância bem metabolizada pelo feto devido a imaturidade do sistema enzimático hepático. A metabolização hepática da Mepivacaína é duas a três vezes mais lenta do que a da Lidocaína, por exemplo.

Além disso, a Mepivacaína é um anestésico bastante concentrado, que é rapidamente absorvido, aumentando as chances de toxicidade.

Articaína: Pode induzir a metahemoglobinemia, assim como a Prilocaína.

Vale destacar que o uso de vasoconstritores como a Felipressina, Noradrenalina e Fenilefrina também deve ser evitado, pois estas substâncias podem induzir a contração uterina.

Lidocaína: No Brasil é encontrada nas concentrações de 2 a 3%, normalmente associada a Adrenalina, Noradrenalina ou Fenilefrina. Dentre estas opções, a Lidocaína 2% COM ADRENALINA tem o seu uso INDICADO em gestantes.

Por sua vez, a Lidocaína sem vasoconstritor tem o seu uso contra-indicado em gestantes, visto que o seu efeito passa rapidamente (normalmente em meia hora), sendo necessárias várias doses desta substância para se manter uma analgesia eficaz.

Apesar da Lidocaína ser a substância escolhida para o uso em gestantes, existe uma pequena discussão em relação ao seu uso. Enquanto alguns autores falam que a Lidocaína pode ser usada normalmente em gestantes, se tomando cuidado para não ultrapassar a dose tóxica, outros pesquisadores preferem limitar o uso de Lidocaína em gestantes a apenas dois tubetes por consulta, diminuindo o risco de reações adversas e toxicidade para mãe e feto.

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