[Dentista Responde #11] 4 Questões Comentadas de Concurso Público de Odontologia - Terapêutica, Periodontia e MAIS!

Concurso Público Odontologia - Questões Comentadas
E ai, tudo bom com você?!

Para iniciar a semana com o pé direito, estou trazendo aquele post tradicional com questões resolvidas aqui para o blog.

Neste post, grande parte das questões é sobre terapêutica medicamentosa, um assunto bastante importante para provas de concurso e para prática clínica, portanto, faça bom proveito e...

Bons estudos!

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Questão 1.
FCC - TRT - 2018 - 15ª Região SP - Analista Judiciário - Odontologia:
Paciente com 44 anos, sexo masculino, apresenta queixa principal relacionada com o aspecto da gengiva na região do dente 36, que deixa o "osso à mostra", sem dor ou sangramento. O exame clínico mostra recessão gengival na região vestibular do dente 36 e a sondagem periodontal revela bolsa de 10 mm na região mesial e 9 mm na região distal desse dente. A sondagem da região interradicular por acesso vestibular, mostra perda horizontal de tecido de suporte atingindo a largura total do dente 36. A resposta dos testes térmicos aplicado no dente 36 é positiva. O exame radiográfico mostra perda óssea horizontal na altura do terço apical e defeito interradicular no dente 36.

Este quadro clínico é referente a:
A) Lesão de Furca Grau I
B) Lesão de Furca Grau II
C) Lesão de Furca Grau III
D) Lesão Endoperio

RESPOSTA:
Classificação das lesões de furca
O trecho do enunciado que resolve para nós esta questão é: "A sondagem da região interradicular por acesso vestibular mostra perda horizontal de tecido de suporte atingindo a largura total do dente 36."

Ou seja, ao se utilizar a sonda de Nabers, percebemos que ela atravessa toda a região interradicular, como você pode observar na nossa terceira imagem da foto acima, referente a classificação de Hamp.;

A classificação de Hamp é a mais aceita atualmente para a classificação de lesões de furca, classificando estas lesões em 3 níveis:

>Lesão de Furca Grau I: Perda óssea horizontal até 3mm
>Lesão de Furca Grau II: Perda óssea horizontal maior que 3mm, mas que não ultrapassa totalmente a furca.
>Lesão de Furca Grau III: Perda óssea horizontal bastante significativa, com sonda ultrapassando totalmente a furca.

RESPOSTA CORRETA: Letra C

Questão 2.
FCC - TRT - 15ª Região SP - Analista Judiciário - Odontologia [Adaptada]:
Paciente com 52 anos de idade, sexo masculino, refere ser portador de prótese valvar cardiáca. Relata tratamento endodôntico e protético no dente 22, realizado há cerca de dois anos. O exame clínico mostra a condição satisfatória da coroa protética do dente 22, enquanto o exame radiográfico demonstra que o dente foi tratado endodonticamente e apresenta uma lesão radiolúcida persistente na área periapical. O pino intrarradicular metálico mostra adaptação satisfatória.
O quadro sistêmico do paciente requer profiláxia antibiótico? Se sim, qual o medicamento utilizado?

A) Clindamicina 2g, 24 horas antes do procedimento clínico
B) Amoxicilina 2g, uma hora antes do procedimento clínico
C) Cefalexina 500mg, duas horas antes do procedimento clínico
D) Claritromicina 500mg, 12 horas antes do procedimento clínico
E) Não é necessária profilaxia antibiótica

RESPOSTA:
Endocardite bacteriana é uma infecção bacteriana das válvulas cardiácas
O paciente citado na nossa questão possui uma lesão radiolúcida no ápice de um dente tratado endodonticamente e que possui um pino intraradicular com coroa protética. Neste caso, o dentista possui duas opções de manejo: O retratamento de canal ou uma apicectomia.

Contudo, o procedimento cirúrgico através da apicectomia é o mais indicado para esta situação, visto que o dentista não possui fácil acesso ao canal radicular para o retratamento, devido a presença do pino intraradicular, cuja remoção pode causar fratura de um dente com grande importância estética.

Como o paciente é de alto risco para o desenvolvimento de endocardite bacteriana, devido a presença de prótese valvar cardiáca, será necessária a profilaxia antibiótica, a qual pode ser feita com Amoxicilina 2g, 1 hora antes do proecdimento, medicamento padrão para profilaxia antibiótica em pacientes que não são alérgicos às Penicilinas.

Outras condições que classificariam o paciente como alto risco para o desenvolvimento de endocardite bacteriana seriam a presença de uma doença cardíaca congênita ou se o paciente já teve doença cardíaca previamente.

Em pacientes de alto risco, a profilaxia antibiótica pode ser feita antes de procedimentos como a exodontia, cirurgia periodontal, raspagem e alisamento radicular, colocação de implantes, reimplante dental, adaptação de matriz e banda ortodôntica e cirurgia paraendodôntica, como citado na nossa questão.

Se o nosso paciente fosse alérgico à Penicilina, não usariamos a Amoxicilina para profilaxia antibiótica, visto que este antibiótico é um derivado semi-sintético das Penicilinas. Assim, em caso de alergica à Penicilina, temos como opção:

>Clindamicina 500mg - 1 hora antes do procedimento
>Cefalexina 2g - 1 hora antes do procedimento
>Azitromicina 500 mg - 1 hora antes do procedimento

RESPOSTA CORRETA: Letra B

Questão 3.
CCV - Universidade Federal do Ceará - Dentista - 2017:
Anestésicos locais são agentes que bloqueiam de maneira reversível a condução nervosa, quando aplicados em área circunscrita do corpo. A molécula típica de um anestésico local pode ser dividido em três partes. Qual dessas partes confere propriedades lipofílicas à molécula?

A) Cadeia Tricíclica
B) Grupo Aromático
C) Grupamento Amina
D) Cadeia Intermediária
E) Grupamento Carbonila

RESPOSTA:
Estrutura molecular de um anestésico éster e amida
A molécula de um anestésico local é composta por três partes: Um anel aromático, uma cadeia intermediária e um grupamento amina.

O anel aromático é referente a parte lipofílica da estrutura anestésica e auxilia com que as moléculas do medicamento ultrapassem a parede celular da célula nervosa.

A cadeia intermediária faz a ligação entre o anel aromático e o grupamento amina e pode ser composta por um grupo éster ou amida, que dá a classificação do nosso anestésico. Assim, se a cadeia intermediária for uma amida, o anestésico é amida e se a cadeia intermediária for um éster, o anestésico é classificado como um éster.

E, por último temos o grupamento amina, uma amina terciária, que é referente a parte hidrofílica da molécula anestésica e faz com que o anestésico reaja com o receptor da célula nervosa.

RESPOSTA CORRETA: Letra B

QUESTÃO BÔNUS:
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Questão 4.
Odontologia - Perito Oficial Criminal - ES - 2019 - Questão 58:
A velocidade com que um anestésico local é removido do sangue é descrita como meia-vida de eliminação. Dos seguintes anestésicos locais, o que possui a menor meia-vida é:

A) Articaína
B) Prilocaína
C) Lidocaína
D) Mepivacaína
E) Bupivacaína

RESPOSTA:
A molécula de anestésico local é composta por três partes
Anestésicos do tipos éster são rapidamente metabolizados por Colinesterases Plasmáticas (enzimas presentes no plasma sanguíneo), e consequentemente, apresentam meia vida mais curta.

Já as amidas possuem meia vida mais prolongada, pois são metabolizadas por enzimas hepáticas e, devido a isto, estes anestésicos possuem efeito cumulativo em doses repetidas, sendo metabolizados mais lentamente.

Articaína: 1,25 horas
Prilocaína: 1,6 horas
Lidocaína: Entre 1,5 e 2,0 horas
Mepivacaína: 1,9 horas
Bupivacaína: 3,5 horas

Contudo todos os anestésicos citados na nossa questão são do tipo amidas, o que dificulta nossa resposta.

Mas, entre todos os citados, o anestésico que possui menor meia-vida é a Articaína, a qual é considerada uma amida intermediária, visto que possui grupos éster na sua estrutura molecular junto com grupos amida. Assim, parte da Articaína é metabolizada mais rapidamente no sangue, pelas Colinesterases Plasmáticas.

RESPOSTA CORRETA: Letra A

Bom, por hoje era isso, espero que estas questões sejam úteis nos seus estudos.
Abraços,
André Martins - Arriba Dentista